O terceiro lugar na mesa

Ser uma mulher em posição de liderança muitas vezes significa equilibrar-se em uma corda bamba. Se falamos das nossas conquistas, somos vistas como exibicionistas, alguém que quer aparecer. Se nos calamos, nos sabotamos, e nossa trajetória passa despercebida, como se não tivéssemos o que celebrar. E assim, ficamos oscilando entre esses dois extremos, tentando encontrar um espaço onde seja possível ser reconhecida sem ser julgada.

Mas e se existe um terceiro lugar na mesa? Um espaço onde não precisamos escolher entre o silêncio e o medo do julgamento?

Esse terceiro lugar é onde dividimos nossos triunfos sem medo de alguém dizer: “Você está se vangloriando” ou “Pare de se achar”. Porque ser vulnerável aos seus fracassos é só parte da história; você precisa ser vulnerável ao sucesso também.

Quantas mulheres já deixaram de contar sobre uma promoção, um novo projeto ou um reconhecimento por medo de serem mal interpretadas? O mercado comprova que a falta de visibilidade afeta diretamente a ascensão das mulheres na liderança. Segundo um estudo da KPMG, 75% das mulheres em cargos de liderança ainda sentem o peso da síndrome da impostora, duvidando de suas conquistas. Além disso, pesquisas da Harvard Business Review mostram que mulheres que se autopromovem enfrentam 30% mais resistência social do que homens que fazem o mesmo.

Esse julgamento vem não apenas do mercado, mas muitas vezes de dentro do próprio ambiente corporativo e até de outras mulheres. A cultura do "não se ache" ainda é forte, e muitos de nós crescemos ouvindo que “quem se mostra demais, perde a humildade”. O resultado? 68% das mulheres subestimam suas conquistas e evitam comemorar suas próprias vitórias, segundo uma pesquisa da Lean In.

Mas eu acredito que há um outro espaço. Um terceiro lugar na mesa, onde podemos falar das nossas conquistas sem medo. Onde podemos nos orgulhar sem parecer arrogantes. Onde celebrar nossos feitos não é um ato de exibição, mas de reconhecimento.

Nesse espaço, as mulheres não precisam esperar a perfeição para se sentirem dignas de comemorar. Pequenas vitórias também são importantes. Porque é um degrau de cada vez que chegamos ao topo.

O mundo precisa ver mulheres celebrando. Não há vergonha em brilhar. Pelo contrário, ao compartilhar nossas vitórias, inspiramos outras mulheres a acreditarem nas suas próprias. Estudos mostram que 85% das mulheres se sentem mais confiantes ao ver outras mulheres celebrando suas conquistas.

Então, um conselho: celebre. Se abra como um pavão, pavoneie o quanto quiser, compartilhe suas vitórias, inspire outras mulheres e mostre ao mundo a potência que você é. Sem medo. Sem pedir desculpas. Sem esperar validação.